Reinaldo

Denúncia - Esquema de compra de votos no Amazonas tem até recibo

Quanto vale um voto? A reportagem especial do Fantástico deste domingo (8) denuncia um esquema que pode ter ajudado a reeleger um governador, no ano passado. Segundo a polícia, os eleitores eram corrompidos com presentes, dinheiro, favores e facilidades. Tudo em troca de votos para o candidato.

Os repórteres Maurício Ferraz e Evandro Siqueira tiveram acesso a planilhas e recibos que revelam o passo-a-passo desse esquema.

Dinheiro para reforma de túmulo, para fazer óculos, para festa de formatura: tudo compra de voto registrada em recibo. E qual a origem desse dinheiro usado na compra de votos? A suspeita é que tenha saído dos cofres públicos.

A história começa um pouco antes da Copa do Mundo. O Fantástico foi ao Amazonas.

Para sediar quatro jogos da primeira fase, Manaus ganhou uma arena própria com padrão Fifa.

A dois dias da abertura da Copa, o Coronel Dan Câmara, da Secretaria de Segurança para Grandes Eventos, pede uma contratação emergencial no Centro de Segurança de Manaus.

O nome do serviço é estranho: implementação de solução tecnológica de monitoramento em tempo real móvel.

O governador é José Melo, do PROS. E um dos responsáveis pelo projeto da Copa, em Manaus, é o irmão dele, Evandro Melo.

Na nota fiscal que foi paga pelo serviço está o valor: R$ 1 milhão. Em vez de uma empresa especializada em segurança, aparece uma associação sem fins lucrativos: a "Agência Nacional de Segurança e Defesa", presidida por Nair Queiroz Blair. Mas tudo indica que essa agência só existe no papel. 

Procurado pelo Fantástico, o governador do estado do Amazonas se pronunciou por nota, ele afirma que "as denúncias que estão sendo apresentadas surgiram durante a campanha eleitoral". Segundo o texto, essas denúncias foram "fabricadas pelo adversário Eduardo Braga" que "insiste no terceiro turno". O governo disse ainda que confia na Justiça Eleitoral: "(Ela) saberá julgar os fatos e comprovar que foi tudo uma grande farsa".
Também em nota, o adversário Eduardo Braga, Ministro de Minas e Energia, do PMDB, diz que soube "das denúncias de irregularidades nas eleições do ano passado" "pelas chamadas televisivas exibidas nos últimos dias". E presume que façam parte de processos jurídicos que tramitam na Justiça Eleitoral. Diz também que considera o assunto "de interesse público".
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